quarta-feira, 27 de abril de 2016

Assim é que é...


ASSIM É QUE É…!   

Limpar é um verbo com dois particípios passados: um regularlimpado – e outro irregular limpo.
O particípio regular é utilizado nos tempos compostos com os verbos auxiliares ter e haver (Ela havia limpado toda a casa).
O particípio irregular é usado com os verbos auxiliares ser e estar: O chão está totalmente limpo ou  O chão foi limpo  hoje de manhã.
                                

Poema da semana de 26 a 29 de abril

As árvores e os livros












As árvores como os livros têm folhas
e margens lisas ou recortadas,
e capas (isto é copas) e capítulos
de flores e letras de oiro nas lombadas.

E são histórias de reis, histórias de fadas,
as mais fantásticas aventuras,
que se podem ler nas suas páginas,
no pecíolo, no limbo, nas nervuras.

As florestas são imensas bibliotecas,
e até há florestas especializadas,
com faias, bétulas e um letreiro
a dizer: «Floresta das zonas temperadas».

É evidente que não podes plantar
no teu quarto, plátanos ou azinheiras.
Para começar a construir uma biblioteca,
basta um vaso de sardinheiras. 

                                                                                  Jorge Sousa Braga      
23 de abril – Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor


sábado, 23 de abril de 2016

Dia Mundial do Livro

Um Livro
Desejas um tapete mágico que, num abrir e fechar de olhos, te leve aos confins da Terra?
Uma máquina de viajar no tempo, para o futuro a haver, desconhecido, para o passado histórico ou para aquele em que os animais falavam?
Companheiros para correrem contigo a aventura de mares ignorados e de ilhas que os mapas não registam?
Conhecer mundos para além do nosso sistema solar, a anos-luz da nossa galáxia, sem necessidade de foguetão?
                                                                                                  Cristina Valadas
Saber a idade de uma pedra ou os mistérios da realidade, das águas, dos bichos, dos pássaros e das estrelas?
Descobrir a arca encantada, onde se guardam os vestidos "cor do tempo", das princesas de "era uma vez", aquelas que se transformavam em pombas ou dormiam em caixões de cristal, à espera que o príncipe viesse despertá-las?
Desfolhar as pétalas do sonho no país da noite?
Abre um livro.
Um livro é tudo isso de cada vez e, às vezes, ao mesmo tempo. Um livro permite-te contactar com outras imaginações, outras sensibilidades.
É a possibilidade de estares noutros lugares, sem abandonares o teu chão, de ouvires pulsar outros corações, de vestires a pele humana de outro ou outros. Sem deixares de ser tu.
E com o livro a varinha de condão não está na mão das fadas, está em teu poder.
É do teu olhar, de cada vez que te dispões a ler, que nascem aqueles mundos, caleidoscópicos, de maravilha – e só desaparecem quando fechas o livro.
Mas, a um gesto do teu querer, voltarão a surgir sempre, sempre, sempre…

Luísa Dacosta
Infância e Palavra
Porto, Ed. Asa, 2001

domingo, 17 de abril de 2016

Assim é que é ...!

  ASSIM É QUE É…!    

Informou a imprensa de que iria abandonar o teatro

Quando o verbo informar está seguido de dois complementos, um, nominal e outro, oracional, este último é precedido pela preposição de (“informar alguém de alguma coisa”).
Quando só tem um complemento, omite-se a preposição: informou que iria abandonar o teatro.


Poema da semana de 18 a 22 de abril

Sê lanterna, sê luz com vidro em torno,
Porém o calor guarda.
Não poderão os ventos opressivos
Apagar tua luz;
Nem teu calor, disperso, irá ser frio
No inútil infinito.
Ricardo Reis

sábado, 9 de abril de 2016

Assim é que é ...

Empresta-me o marcador fluorescente.
O jardim está florescente.

Fluorescente significa “que tem cor luminosa”.


Florescente significa que floresce, que está em flor”. 

Curiosidades

O que significa…

“ser um Barba Azul”– expressão que se refere a um galã potencialmente perigoso.

    
Origem – O termo nasceu num conto de Charles Perrault (1628 -1703), escritor francês, criador de um novo género literário, o de conto de fadas. O Barba Azul, personagem principal do conto homónimo, era um nobre de barba azulada, que casou seis vezes, tendo matado as suas mulheres por ciúmes. A sétima mulher descobriu a tempo a faceta assassina do seu marido e, antecipando-se-lhe, matou-o.                                     

Poema da semana de 11 a 15 de abril


O SAPO


 
  
Não há jardineiro assim,
Não há hortelão melhor
Para uma horta ou jardim,
Para os tratar com amor.

É o guarda das flores belas,
da horta mais do pomar;
e enquanto brilham estrelas,
lá anda ele a rondar...

Que faz ele? Anda a caçar
os bichos destruidores
que adoecem o pomar
e fazem tristes as flores.

Por isso, ficam zangadas
as flores, se se faz mal
a quem as traz tão guardadas
com o seu cuidado leal.

E ele guarda as flores belas,
a horta mais o pomar;
brilham no céu as estrelas,
e ele ronda, a trabalhar...

E ao pobre sapo, que é cheio
de amor pela terra amiga,
dizem-lhe que é feio
e há quem o mate e persiga

Mas as flores ficam zangadas,
choram, e dizem por fim:
- «Então ele traz-nos guardadas,
e depois pagam-lhe assim?»

E vendo, à noite, passar
o sapo cheio de medo,
as flores, para o consolar,
chamam-lhe lindo, em segredo...

Afonso Lopes Vieira, in 'Animais Nossos Amigos'